As coisas como elas são
O cheiro de gente sem perfume
As cores sem retoque
Um violão velho que às vezes desafina
Vozes sem afetação
Letras à mão
Beijo na testa
Surpresa de verdade
São sempre muito mais interessantes
Que um mundo tão mudado, retocado e moldado
onde ninguém mais se reconhece
Mesmo quando as pessoas daqui são também
mudadas, retocadas e moldadas
30 de mai. de 2012
27 de mai. de 2012
Sentido
Depois de tantas palavras atravessadas
Se acumulando uma a uma sobre seus ouvidos
Ela começou a duvidar de todo e qualquer som
Que lembrassem a ela, mesmo de longe,
Uma música antiga
Que ela nunca mais queria ouvir tocar.
Se acumulando uma a uma sobre seus ouvidos
Ela começou a duvidar de todo e qualquer som
Que lembrassem a ela, mesmo de longe,
Uma música antiga
Que ela nunca mais queria ouvir tocar.
1 de mai. de 2012
Pros Amigos
Ela não tinha muitas esperanças sobre o amor. Assim dizia,
pelo menos.
Ele dizia acreditar no amor. E fazia que acreditassem com
ele.
Um dia eles se encontraram e trocaram de posição.
Ela se viu apaixonada por ele, mas não sabia demonstrar. Ele
pensou que não fosse recíproco o sentimento e se desiludiu.
Ela começou a acreditar no amor enquanto ele ia, aos poucos,
desacreditando.
E quando ela finalmente teve coragem de dizer que se
importava com ele, já não adiantava mais. E ela se desiludiu novamente.
Os dois seguiram sem acreditar no amor por um bom tempo.
Seria bom dizer que se reencontraram e redescobriram o amor
entre eles.
Só que o amor foi murchando aos poucos, e o que sobrou eles
pensaram ser amizade.
Seguiram mais felizes por mais algum tempo, acreditando no
poder daquela amizade.
Mas por mais que ela fosse verdadeira e sólida, não
satisfazia nenhum dos dois.
E foi assim que o amor morreu, ou renasceu. Transformado em
uma amizade diferente que incomodava e só fazia doer. Enquanto tudo o que eles
precisavam era saber que sempre foi amor.
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