Ele tinha aquela cara
De quem passa a vida inteira
Sem olhar pra cima
E ver aquele prédio vermelho, saindo do contexto
É, ele não saía do contexto nunca...
Ele não reconhecia faces fora do lugar de origem
A moça da padaria fora de lá era uma estranha
O porteiro que dava bom dia fora do prédio ele nem via
E se andasse pelo lado contrário da rua
Se perdia
Que a gente preste mais atenção na vida
E menos num monitor que cansa
Com resolução infinitamente pior
Do que aquela da janela do ônibus
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