12 de abr. de 2011

Amor

Então ela descobriu o que era a felicidade
Quando só de ouvir a respiração dele
Respirava ela aliviada
De poder se aconchegar naquele corpo quente
E guardar seu coração junto ao dele

6 de abr. de 2011

Mágica

Ninguém sabia quem morava na terceira casa da rua.
A vizinha da casa ao lado pensava que as flores sumiam sozinhas da roseira
O lixeiro às vezes esquecia o lixo da terceira casa
Nunca varriam a porta, nunca tocavam a campainha
A casa era tão apagada que nem parecia estar ali
E a dona, tão vívida, que não deveria morar ali
As crianças da rua nunca brincavam na calçada em frente
Nenhum vira-lata procurava abrigo no telhadinho da casa
Nem mesmo os gatos, sempre em todo canto, pisavam em cima do jardim
E a casa também parecia não se perceber
As flores floresciam na época errada
A grama tinha uma cor tão diferente que parecia pintada
E ali nem mesmo a chuva ousava cair
Mas nenhum vizinho notava
Quando todo dia de manhã chegavam biscoitos quentinhos e um arranjo de flores
Com as rosas da vizinha da casa ao lado
E estranhas flores fora de época
Que a senhorinha da terceira casa deixava todo dia
Enquanto esperava da janela do sótão
Os sorrisos de vizinhos que acordavam carrancudos
Olhavam para os lados
E voltavam para suas casas sem ver absolutamente nada