23 de abr. de 2012

Equilíbrio

Nem toda poesia vira música
Nem toda música é poesia
Nem toda poesia é bela
Nem tudo que é belo é poesia
A vida deixa lacunas em tudo
Nas sentenças
Nas imagens
Nas pessoas
Porque nem tudo que é lacuna é buraco
Mas nem tudo que está preenchido é completo
A vida deixa tudo ser completo
Mas nem tudo que é completo é direito
Nem tudo que é direito é certo
Nem tudo que não é certo é errado
Na vida não existem certezas
Mas nem tudo que não existe é inexistente
Na vida tudo o que eu penso se torna real
Mas nem tudo que é real acontece
Nem tudo que acontece é real
Às vezes estou a apenas um passo
De não estar a um passo de lugar nenhum
Mas nem tudo que é nada é nada Pois tudo que é nada já é alguma coisa
A vida me deixou sem saber
O que significa viver
Mas nem tudo que vive está vivo
E nem tudo que não vive, está morto
A vida deixa lacunas até mesmo em si mesma
Mas tudo que não é si próprio é algo
Mas nem tudo que é algo é si mesmo
Na vida existem sem existir
Mil motivos e pedaços
De pessoas que já não conheço conhecendo
Mil coisas que não são coisa alguma mas são algo
E me deixa a pensar que assim
Nem o mais insignificante é sem importância
E nem o mais importante é completamente sem insignificância
Porque na vida o pequeno é grande
Ou simplesmente pequeno
E as coisas se tornam tão confusas que fazem sentido
De uma forma que só uma pessoa ou todo o mundo entende ou não