30 de set. de 2013

Por quê?

Por que a gente tem que ser engolido pela propaganda?
Por que a gente passa a vida correndo atrás de dinheiro e perdendo tempo?
Por quê?

Por que eu preciso disso tudo?
Por que eu não tenho outro caminho pra percorrer?

Por que tanta pressão?
Por que eu tenho que seguir um padrão?


Por quê?

Por que não posso questionar?
Por que tudo tem que ser assim?

Por quê?

Por que eu me sinto presa
Mesmo quando não tem nada me segurando
Além da mão invisível da sociedade
E os laços que nos unem

Por que eu não posso sumir?

23 de set. de 2013

Dos Vizinhos

Se tiver que ir, larga um bilhetinho
Dizendo assim que volta logo
Que eu te asso um bolo, espremo umas laranjas
E fico sentadinha, esperando
Pra gente lanchar vendo tv
Enquanto o vizinho espia da janela esquerda

Se você for pra sempre, larga um carta
Bem longa e cheia de entrelinhas
Pra eu ter o que ler
Enquanto espio os vizinhos da minha janela direita

19 de set. de 2013

Pro incomum

Desculpa se teu jeito incomoda
Se a visão é torta,
Se a mente tá poluída com a mídia
Desculpa se o mundo não te inclui
Se a vida só te exclui
Se te julgam pela cara
Olha, me desculpa por viver aqui
Por estar e ser imersa nisso tudo
Por concordar sem perceber, por repetir sem querer
Me desculpa se o mundo não aprendeu a ver o seu jeito como próprio
Ao invés de tentar adequar ele a mais um padrão
Pra ficar mais fácil de controlar
Que aqui vendem pessoa segundo cor,  tamanho, cabelo
E te colam um selo
Toda vez que sai do comum
Desculpa se teu jeito não é previsível
Se a surpresa desagrada
Me desculpa por não aceitar o seu jeito mesmo aceitando
Que pra mim também é difícil
Me livrar dos rótulos e lentes pra ver você

2 de set. de 2013

(Im)pessoal

Fica tão difícil escrever algo assim, impessoal
Quando o coração tá pedindo por um poema de amor com um quê de saudade
E a mente tá num nó só, confusa com tanto sentimento
Tanta coisa boa que não cabe mais