30 de mai. de 2014

Dos chocolates

Quisera ela inventar um código imediato
Que passasse por todos os oceanos e montanhas
Cada vez que ele lhe viesse à mente
Sussurrando pra ele não esquecer
Aquela noite depois do trem

1 de mai. de 2014

Tchau

Ela respirou fundo e engoliu o choro, como aprendera quando criança. Relaxou os lábios pra esconder a raiva, as sobrancelhas pra esconder a surpresa. Forçou um sorriso pra negar a tristeza.
"Sim, tá tudo bem", ela então falou.
E eles seguiram viagem. Depois da discussão, depois do grito, depois do tapa.
Pararam num restaurante.
"Vou ao banheiro", ela falou.
Pediu carona pruma família que voltava pra cidade. Nem avisou a ele.
Foi de queixo erguido da entrada da cidade até em casa. Não atendeu o telefone. Não retornou as ligações.
Ele apareceu na casa dela. Louco de raiva, de ciúme, de confusão.
Ela ficou feliz pela mãe ensinando a esconder o que ela sentia.
Ele gritava, perguntava, acenava, da porta da casa dela.
Ela saiu, lhe deu um tapa e fechou a porta.
"Nunca mais", ela falou.