16 de mar. de 2010

Beco

Num sopro ela tentou apagar toda lembrança que tinha dele. Mas a memória era pesada demais e o sopro- por falta de vontade ou capacidade- fraco demais.
Então ela tentou jogar fora cada pensamento que já tivera sobre ele. Só que era impossível separar onde começava e onde terminava um raciocínio.
Numa palmada ela tentou desacordar a si mesma. Para tentar acreditar que tudo não passara de uma ilusão. Mas se aquilo era ilusão, ela já não sabia o que era real.
Desta forma, só lhe restava substituir seus sentimentos por outros. E ela percebeu que nada ocuparia o tamanho do que ela sentia. E que o vazio de perdê-lo doía mais que a dor de não tê-lo.
Então ela aceitou a saudade como sua companheira. Desta forma, nunca mais se sentiu sozinha.

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